Eram três irmãs, cegas, cantoras, distintas e sonhadoras... Sonhavam em ver o mar, e viram, acreditavam no amor, e amaram, pensavam em serem melhores, e foram. Ao nos permitirmos viajar diante da poética exposta no documentário “A Pessoa é para o que Nasce” de Roberto Berliner, é que percebemos o quão somos frágeis diante da vida. Ainda reverbera uma frase dita por uma das irmãs, “a melhor hora é a hora de dormir, quando fecho os olhos é que posso ver as cores, e então, eu posso sonhar”. Que ironia caros, três irmãs, cegas e pobres, mas que possuem o dom da musicalidade, de suavizar as dores do mundo por meio da música. Mesmo sem a visão, elas vêem, e nós ditos cujos perfeitos não conseguimos enxergar um palmo a frente do nosso nariz. Nessas horas é que refletimos, será que somos destinados para aquilo que nascemos? E se somos? O que nos reserva ainda o destino nessa tão irônica existência? E que pergunta difícil... Mas ainda prefiro continuar sem a resposta, pelo ou menos por enquanto.
Arlindo Bezerra da Silva Junior
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