domingo, 29 de maio de 2011

Infames Infâncias...


Tangem crianças como quem tangem galinhas,
Pequenas moleiras guerreiras... Singelas, macias.
Matam meninos como quem matam cachorros,
Caroços, colossos morenos... Franzinos, traquinos.
Vendem meninas como quem vendem bugigangas,
Formosas morangas, crianças.. Pitangas capangas.

Paredes molhadas de tetos vazios,
Mucamas cirandas no leito do rio.
Embrigado na viagem do vento terreno,
Segue-se seca a cana comprimida,
E espantam-se as moscas da casa caída.

Arlindo Bezerra

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um Dédalo Contemporâneo...


Na minha infância lembro-me que brincava de se esconder, em coletivo escondíamo-nos para que pudéssemos ser encontrados, hoje, brinco de me encontrar! Entre pegadas, multidões, desejos, incertezas, buscas , superações... Continuo ainda a procurar, mesmo no espelho insisto-me em continuar perdido. Mergulho, e percebo a água turva, escura, que refrata a luz do sol vinda da superfície, consigo minimamente olhar para cima e perceber a proximidade dos raios que insistem em penetrar... E assim, continuo, perdido, mais buscando... Sempre

quarta-feira, 17 de março de 2010

Para uma mãe que apenas AMA!


Tu me fizeste uma das tuas criaturas, com ânsia de amar, águia pequena que nasceu para as alturas, com ânsia de voar, e eu percebi que as minhas penas já cresceram, e que eu preciso abrir as asas e tentar, se eu não tentar não saberei como se voa, não foi a toa que eu nasci para voar. Pequenas águias correm risco quando voam, mas devem arriscar, só que é preciso olhar os pais como eles voam, e aperfeiçoar, haja mau tempo haja correntes traiçoeiras, se já tem asas seu destino é voar, tem que sair e regressar ao mesmo ninho, e outro dia, outra vez recomeçar...

Pe. Zezinho

Somos todos águias, algumas maiores, outras ainda sem penas, outras já com penas fracas, mas somos todos águias, arriscamos nas alturas, protegemos no medo e na solidão, e ainda amamos na eternidade. Costumo dizer sempre quando penso sobre as mães: Elas são incrivéis!!! Se eu tivesse que criar o super-herói da contemporaneidade, invevitavelmente, seriam elas, as mães! Antes mesmo que penssássemos em nascer, já eram elas que nos amavam de forma transcendental, sem que jamais imaginássemos a infinitude desse amor. Amor que transborda, amor que arrisca, amor que protege, amor que é capaz até mesmo da renuncia. Essas figuras maternas heróinas com super poderes dedicam provas de amor a todo momento, a cada ato de simplicidade, desde as noites em claro até o inimaginável do que elas são capazes de fazer por seus filhos! Como disse tão sabiamente certa vez Pe. Zezinho, ser mãe é como andar de carro, no começo, o filho vai sempre no banco de passageiro, e a mãe é dona da direção, o carro segue a direção que ela quiser, mas na medida em que trilhamos um percurso a direção passa a ser a cada dia mais daquele pequeno que estava no banco de passageiros, até que um dia, são as mães que agora sentam no banco onde antes sentava aquele mesmo pequeno a quem ela um dia ensinou a andar!

Arlindo Bezerra da Silva Junior

Tu me fizeste amar o risco das alturas, com ânsia de chegar, e embora eu seja como as outras criaturas, não sei me rebaixar, não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho, sou da montanha e na montanha eu vou ficar, igual meus pais vou construir também meu ninho, mas não sou águia se lá em cima eu não morar...

Pe. Zezinho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Conversas em roda de bar...


Em meio a tantas cervejas emerge um brinde. Amigos bêbados dizem: - Amar é como pular de um precipício e ter que rezar para nunca alcançar o chão! Todos param, olham-se e gritam: - SAÚDE!

Todos somos um pouquinho...


Quero hoje ser brega. BREGA! Logo antes do café ouvir Wando, “Eu quero me enrolar nos seus cabelos”... Assistindo “Mais Você”, achando um charme o figurino de Ana Maria Braga, mãe! Vem ver as luvas novas dela, e copiando todas as receitas! Fazer o almoço berrando, “Eu não vou negar que eu sou louco por você, estou maluco pra te ver, eu não vou negar”! Enquanto a panela de pressão sopra! Isso... Bem brega, continue brega, mantenha-se firme jovem. Depois almoçar, e mudar o som. “Por isso fora, esqueça meu mundo, meu nome essa casa, e siga seu rumo”! Valeu rapaz, você está conseguindo. Mas ainda estou minimamente brega, é preciso mais, ah! Já sei. “Eu não sou cachorro, pra viver tão desprezado”. Você ta quase lá hein?! E agora? Ainda é preciso mais, pense em algo, rápido, rápido. “Vamos abrir a roda enlarguecer, vamos abrir a roda” Hum! Estou adorando esse dia de breguice. O jantar já tá pronto, grita a mãe tirando a touca da cabeça, e estou cansado de tantas canções já, mas liga um som aí né pai?! Xxxxahuxxxasrrsrsrxxrxrxrr (procurando uma estação), achou! “Lá vai ele com a cabeça enfeitada” Ai! Logo essa... Brigado hein pai! Isso é o que dar ser brega, mas eu adorei o dia de hoje.

Um Pirandello potiguar com a flor na boca...


O homem com a flor na boca. Por que insistimos tanto em cuspir espinhos quando podemos ofertar flores? Somos tão cruéis, que esquecemos de oferecer o que a terra brota com tanto sacrifício, nos preocupamos somente com o nosso mundo mesquinho, e nos trancamos no nosso castelo de pedras individual, e por isso em algumas vezes, é tão importante as tempestades coletivas, quer ver um coletivo unir-se? Entregue a ele um obstáculo a ser superado! Pois é em meio as tempestades que nos unimos e esquecemos da nossa mesquinhez humana, antes tão importante, tornamo-nos agora mais humanos. E lembramos que somos tão frágeis que até mesmo um sopro de vida pode nos fazer cair facilmente. Mas precisamos antes de tudo ofertar mais e mais flores, sempre!

Errando, errando e errando....


E quando amar agora que seja de verdade. Não mais recorrerei às frases prontas, recheadas de clichês, farei por vezes tudo diferente, aliás, quase tudo, outras repetirei e aguardo ainda ousadamente cometer os mesmos erros, afinal, que graça teria a vida sem a descoberta de que erramos somente porque vivemos intensamente?. Então, sendo assim, quero errar mais e mais, até que um dia exausto de tanto continuar errando, possa ter a certeza de que vivi como mandava o roteiro. Que é a vida senão uma dramaturgia interminável de autores anônimos?