domingo, 27 de dezembro de 2009

Entre Despedidas e Intervalos...


A vida é cheia de intervalos, alguns tornam-se incompreensíveis, outros essenciais, por muitos momentos nos deparamos com intervalos que os caminhos nos impõe. Hoje percebo que alguns são tão importantes que caso não houvessem ocorridos, perderíamos o dom de valorizá-los. Quando esses intervalos acontecem, imaturamente nos lastimamos pela sua ocorrência. Agora voltamos mais fortes diante dos desejos do interrompido. Toda despedida exige-nos dor, o parto é a primeira despedida que experimentamos, saímos do aconchego confortável do útero, depois nós prosseguimos entre despedidas. Há um ano nos despedimos, mas ainda não sabíamos que a vida nos preparava somente um intervalo. É preciso um intervalo entre as quatro estações, só assim teremos sol, flores, chuva e frutos, colhidos a cada ano, entre intervalos e despedidas.

Arlindo Bezerra da Silva Junior

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Minicronicando


A velha Srª Willy todas as tardes abria o mesmo e velho vinho, e apreciava o mesmo e velho queijo, acompanhada do mesmo e velho e disco, entediada pelas mesmas e velhas canções, apaixonada pelos os mesmos e velhos amores, perfumada pelas mesmas e velhas flores, e esperando a mesma e velha morte. Mas tudo o que a Sr.ª Willy não sabia é que ela ainda esperaria até realmente tornar-se velha, de verdade, não antes do tempo.

Arlindo Bezerra da Silva Junior

Vi/Zi/Nho


Olhamos para a grama do vizinho, e pensamos ser a dele sempre melhor que a nossa. Quando paramos para ver a nossa é que nos damos conta que para olhar a que está ao lado, é necessário pisar naquela que lutamos para fazê-la nascer, por isso que destruímo-las. Ao realizarmos o esforço de olharmos para o vizinho, esquecemos que somos tão falhos quanto aqueles que nos rodeiam, cada um, na sua fragilidade contempla a difícil tarefa de Ser Humano.
Arlindo Bezerra da Silva Junior

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

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De repente descobrimos que podemos amar tanto quanto amamos em experiências anteriores, e percebemos que continuamos pulsando os mesmos desejos de felicidades, e ainda aprendemos que o outro não nos completa, apenas nos permite sermos melhores do que somos sozinhos. E mesmo, compreendemos logo, que cada experiência nos reserva grandes ensinamentos, e que não há melhor nem pior, somos seres diferentes. E saímos mais fortalecidos de cada desafio que conseguimos superar, e selecionamos as melhores lembranças e deixamo-as guardadas em um lugar muito especial. Mas prosseguimos a mesma trilha, descobrindo novos labirintos, atravessando outras barreiras, ofertando maçãs e recebendo flores, e só agora temos a certeza de que podemos amar realmente tanto quanto já amamos.

Arlindo Bezerra da Silva Junior