Você já amou pela beleza do gesto, você já mordeu a maçã com os dentes todos, pelo sabor do fruto. A sua doçura e o seu gesto já se perdeu algumas vezes. Sim, eu já amei pela beleza do gesto, mas a maçã era dura, parti os dentes. Estas paixões imaturas, estes amores indigestos, me deixaram mal dispostos algumas vezes. Os amores que duram, tornam os amantes exaustos, e o beijo deles demasiado maduro, apodrece-nos a língua. Os amores passageiros, têm febres passageiras. E o verbo demasiado verde. Esfola-nos os lábios. Porque ao querer amar pela beleza do gesto, o verme da maçã escorrega-nos entre os dentes. Ele roe-nos o coração, o cérebro e o resto, esvazia-nos lentamente. Mas quando ouvimos o amor pela beleza dos gesto, este verme da maçã que nos escorrega entre os dentes, toca em nosso coração, o cérebro e deixa-nos o seu perfume lá dentro. Os amores pasageiros fazem esforços inúteis, as suas carícias efêmeras, cansa-nos o corpo. Os amores que duram, tornam os amantes menos belos.
Ama-me menos, mas ama-me por mais tempo.
Filme: Les Chansons d'amour
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